O que é vertigem?

A vertigem é uma sensação de desequilíbrio, onde a pessoa sente que o ambiente ao seu redor está girando ou se movimentando, mesmo quando está parada.

As pessoas frequentemente descrevem essa condição como uma “falsa sensação de movimento,” e, como resultado, ela pode ser bastante incapacitante. Vale ressaltar que a vertigem não é uma doença por si só; na verdade, é um sintoma de diferentes condições médicas. Muitas vezes, essas condições estão relacionadas ao sistema vestibular, que, por sua vez, está localizado no ouvido interno e é responsável por manter o equilíbrio do corpo.

Causas da Vertigem

As causas variam e podemos classificá-las em dois grupos principais: vertigem periférica e vertigem central.

Vertigem Periférica

É geralmente causada por problemas no ouvido interno, que é responsável pelo equilíbrio. As causas mais comuns incluem:

1. VPPB (Vertigem Posicional Paroxística Benigna): É a causa mais frequente. Ocorre quando pequenos cristais de carbonato de cálcio se soltam e se deslocam para os canais semicirculares do ouvido interno. Movimentos da cabeça podem desencadear a sensação de tontura.
2. Doença de Ménière: Essa condição é caracterizada por episódios recorrentes, perda auditiva, zumbido e pressão no ouvido. Acredita-se que seja causada por um acúmulo de fluido no ouvido interno.
3. Labirintite: Uma infecção ou inflamação do labirinto, que pode ser desencadeada por vírus ou bactérias, resultando em tontura acompanhada de sintomas auditivos.
4. Neurite Vestibular: Geralmente causada por infecções virais, essa condição envolve a inflamação do nervo vestibular.

Vertigem Central

A vertigem central resulta de problemas no cérebro, especialmente no cerebelo ou no tronco encefálico. Algumas causas incluem:

1. Acidente Vascular Cerebral (AVC): Um AVC pode afetar as áreas do cérebro que controlam o equilíbrio.
2. Esclerose Múltipla: Essa doença autoimune pode causar danos às fibras nervosas no cérebro e na medula espinhal.
3. Tumores: Tumores cerebrais ou do nervo auditivo (como o neuroma acústico) podem provocar tontura, dependendo de sua localização e do efeito que exercem sobre estruturas relacionadas ao equilíbrio.
4. Enxaqueca Vestibular: Algumas pessoas experimentam vertigem como parte de suas crises de enxaqueca, mesmo na ausência de dor de cabeça.

Outras Causas

Além das causas periféricas e centrais, existem outros fatores que podem contribuir:

• Medicamentos: Alguns fármacos, especialmente os ototóxicos, podem afetar o ouvido interno e provocar vertigem.
• Desidratação e Hipotensão: A queda na pressão arterial ou a desidratação podem levar a episódios de vertigem, especialmente ao se levantar rapidamente.
• Estresse e Ansiedade: Problemas psicológicos podem manifestar-se como sintomas físicos, incluindo vertigem.

Sintomas de Vertigem

Os sintomas mais comuns incluem:

• Sensação de rotação ou movimento quando parado
• Desequilíbrio ou instabilidade
• Náusea e vômitos
• Sudorese
• Movimentos oculares anormais (nistagmo)
• Sensação de desmaio iminente

Além disso, esses sintomas podem durar alguns segundos ou se prolongar por várias horas ou dias, dependendo da causa subjacente. Em alguns casos, podem ocorrer repetidamente ao longo de meses ou anos, impactando significativamente a qualidade de vida do paciente.

Tratamento para Vertigem

O tratamento depende diretamente da sua causa. Algumas abordagens comuns incluem:

1. Manobras de reposicionamento: No caso de VPPB, uma série de movimentos específicos da cabeça, como a Manobra de Epley, podem reposicionar os cristais no ouvido interno e aliviar os sintomas.
2. Medicação: Antieméticos e sedativos vestibulares podem ajudar a aliviar a náusea e os sintomas associados à vertigem aguda.
3. Fisioterapia vestibular: Exercícios específicos podem ajudar a treinar o cérebro a compensar os sinais de desequilíbrio do ouvido interno.
4. Cirurgia: Em casos graves, especialmente na Doença de Ménière, pode ser necessária intervenção cirúrgica para controlar os sintomas.

Se você está passando por algum episódio, procure um neurologista especializado ou um otorrinolaringologista para fazer uma avaliação adequada e identificar a causa, para que possa iniciar o tratamento correto.

Dr. Fabrício Borba

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