O que é o autismo?
O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação e o comportamento. Os sinais geralmente aparecem nos primeiros três anos de vida, embora alguns possam ser diagnosticados mais tarde. O termo “espectro” reflete a ampla variação nas habilidades e nos níveis de comprometimento entre as pessoas com TEA.
Contudo, o autismo não é uma doença, mas sim uma condição de saúde com a qual uma pessoa vive durante toda a sua vida. As pessoas com autismo têm diferentes formas de interação social, comunicação e comportamentos repetitivos ou restritos.
Quais os sinais de autismo?
Variam de pessoa para pessoa, mas alguns sinais comuns incluem:
- Dificuldades de Comunicação: Algumas pessoas podem ter dificuldades para falar ou não desenvolver a fala. Outras podem ter atrasos na linguagem ou dificuldades em manter uma conversa.
- Desafios na Interação Social: Pode haver dificuldade em entender expressões faciais, gestos, e sinais sociais. Muitas pessoas com autismo podem parecer desinteressadas em interações sociais ou ter dificuldade em fazer amigos.
- Comportamentos Repetitivos e Restritos: Estes podem incluir movimentos repetitivos como balançar o corpo ou bater as mãos, uma fixação intensa em interesses específicos, ou uma adesão rígida a rotinas.
- Hipersensibilidade ou Hipossensibilidade a Estímulos Sensoriais: Algumas pessoas podem ser extremamente sensíveis a sons, luzes, texturas, ou cheiros, enquanto outras podem buscar estímulos sensoriais intensos.
Níveis de Autismo
Classificamos o autismo em três níveis com base na necessidade de suporte:
- Nível 1 – Necessidade de Suporte: Pessoas neste nível podem ter habilidades de comunicação e sociais quase normais, mas ainda enfrentam desafios na interação social e comportamentos restritivos e repetitivos.
- Nível 2 – Necessidade de Suporte Substancial: Este nível inclui pessoas que apresentam maior dificuldade em habilidades de comunicação verbal e não verbal, e que têm comportamentos repetitivos que interferem no funcionamento diário.
- Nível 3 – Necessidade de Suporte Muito Substancial: Este é o nível mais grave de autismo, onde a pessoa pode ter dificuldades significativas em comunicação e interação social, além de comportamentos restritivos e repetitivos severos.
Como É Feito o Diagnóstico?
Os profissionais realizam o diagnóstico do autismo com base na observação do comportamento e no relato dos pais ou cuidadores. Geralmente, uma equipe multidisciplinar que pode incluir pediatras, neurologistas, psiquiatras infantis, psicólogos e fonoaudiólogos faz essa avaliação. Não há um exame de sangue ou imagem que diagnostique o autismo, mas avaliações padronizadas e observações clínicas ajudam a identificar o TEA.
O diagnóstico pode ser feito a partir dos 18 meses, mas é mais comum entre 2 e 4 anos de idade. O diagnóstico precoce é importante, pois permite o início de intervenções que podem melhorar significativamente o desenvolvimento e a qualidade de vida da criança.
Existe Causa para o Autismo?
A causa exata do autismo é desconhecida, mas acredita-se que uma combinação de fatores genéticos e ambientais esteja envolvida. Alguns fatores de risco podem incluir:
- Histórico familiar de autismo.
- Certas condições genéticas (como síndrome do X frágil ou esclerose tuberosa).
- Complicações durante a gravidez ou o parto.
- Exposição a certas substâncias químicas ou infecções durante a gestação.
Não há evidências científicas de que vacinas causem autismo, uma teoria que foi amplamente desmentida e refutada pela comunidade científica.
É Possível Identificar Sinais Mesmo em Bebês?
- Falta de Resposta ao Nome: Bebês com autismo podem não responder ao nome, mesmo após repetidas tentativas.
- Pouco Contato Visual: Eles podem evitar o contato visual ou não sorrir em resposta ao sorriso de um cuidador.
- Atraso no Desenvolvimento da Linguagem: Podem não balbuciar ou usar gestos, como apontar, por volta dos 12 meses.
- Pouco Interesse em Brincadeiras Sociais: Podem não demonstrar interesse em jogos de imitação, como “esconde-esconde” ou “cadê?”.
- Comportamentos Repetitivos: Mesmo em idade precoce, alguns bebês podem apresentar comportamentos repetitivos como bater as mãos ou girar objetos.
Qual o Tratamento para Autismo?
As opções de tratamento incluem:
- Terapias Comportamentais e Educacionais: Como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), que ajuda a desenvolver habilidades sociais, de comunicação e comportamentais.
- Terapia Ocupacional: Ajuda a melhorar habilidades de vida diária e a lidar com problemas sensoriais.
- Fonoaudiologia: Para melhorar a comunicação verbal e não verbal.
- Terapias Médicas: Profissionais prescrevem medicamentos para tratar sintomas específicos como hiperatividade, ansiedade ou distúrbios do sono.
- Apoio Familiar: Educação e suporte para os familiares são essenciais, pois ajudam a entender melhor o autismo e a promover um ambiente de apoio e compreensão para a pessoa com TEA.
Cada pessoa com autismo é única, e os tratamentos devem ser personalizados para atender às necessidades individuais. Com o apoio adequado, muitas pessoas com autismo levam vidas plenas e produtivas.
É importante destacar que o autismo não é uma doença, mas sim uma maneira diferente de perceber, interagir e socializar com o mundo. Pessoas com autismo têm diferentes formas de comunicação e de interação social, o que pode se manifestar em uma série de comportamentos e habilidades únicas.